Paixão. Afinal que bicho estranho é esse, que nos abala de forma estranha, nos transforma a barriga num borboletário de emoções e nos mostra que o mundo tem muito mais do que duas cores? Enfim, é estranho. Inspirar desejo, transpirar contentamento, inspirar repugna, expirar frustração. Agitar o corpo, agitação mental. Olhar o espelho, piscar o olho, sorrir e remexer o cabelo, uma e outra vez. Caretas, sorrisos e poses, muitas poses. Por dentro, invisíveis, florescem sensações. Sensações que crescem, constroem, enfraquecem ou arruínam. Paixão é amor a metade, é calor que arrefece. É dar tudo e, no fundo, nada ter por garantido. Talvez seja uma caixinha de gargalhadas contidas e, cá dentro, bem vibrantes. Um “até amanhã” cheio de vontade de agarrar o Sol, puxando-o de novo para o céu. Um virar de costas que corre ao encontro do que deixou e uma noite estrelada na qual se contam, um a um, cada pontinho de luz por cima das nossas cabeças. Uma dentada na amargura, um sopro no des