Alexas_Fotos por Pixabay Semana de praxe na faculdade. Eu, ainda com 17 anos, era a mais nova e mais pequena caloira daquele curso. Foi por estes dias que conheci a Isa. A empatia foi mútua e imediata. A Isa tinha a pele negra e um sorriso enorme e constante que roubava as atenções de toda a gente que com ela conversava. Quando sorria, as bochechinhas pontiagudas elevavam-se ligeiramente e os olhos, escuros, pareciam sorrir também. Perdia-se em longas gargalhadas com as minhas expressões provincianas e com o meu discurso rápido, por vezes até impercetível. A Isa era uma miúda simples que tentava ser discreta, apesar de a sua presença alegre conseguir encher uma sala. Sempre que a ouvia falar sobre Angola com alguma saudade, lembrava-me de imediato das nostálgicas estórias que a minha mãe e os meus avós me contavam do tempo em que tinham vivido em África. Das memórias que tinham trazido, das imagens das palmeiras quase suspensas sobre a praia, da deliciosa muamba de galinha aos