Dá-me as tuas asas, quero voar como tu. Ser como Deus, ver tudo, não dizer nada, fazer-te feliz sem que saibas de onde vem a felicidade, quem eu sou e que mundo é este que nos rege. Que mundo é este que nos dá e tira ao mesmo tempo, que nos mata e nos torna mais fortes, mais homens ou mais nada. Nada de nada, uma poeira no ar, um segundo vazio, um lugar de ninguém. Dá-me as tuas asas, quero ser alguém. Alguém no meio de tanta gente e de silêncio de palavras ternas. Alguém neste mundo que destróis sem querer ou com a mais forte das vontades. Alguém que não se reja por ti, pelas tuas palavras ou pela incógnita do que és. Quero ser como tu mesmo sem saber quem és e por que o és. Quero saber de que fibra és feito, essa fibra que mata e vê morrer, que me abala de súbito e me parte o coração sem dó nem piedade. Não deixes cair mais lágrimas, mais homens, mais forças. Não deixes de surgir quando, no desespero evocar esse nome e te perguntar porquê. Não vivas no escuro, não fiques ape