Hoje lembrei-me de que ainda tenho saudades tuas. Que o teu prazo de validade foi demasiado curto para o amor que sentia por ti. E eu que achava que durarias a vida toda. Mas não. Foste de repente, depressa e nem deste tempo de me despedir, de apertar essas tuas bochechas enormes e abraçar-te como sempre fiz e sempre faria…se cá continuasses. Porque era amor. E que mal tem amar os animais? Não tem mal, é um dom. E, felizmente, nasci com esse dom que tantas alegrias me tem dado mas que tantas lágrimas já me fez chorar também. Hoje apenas sinto a tua falta. E digo apenas para não referir que a sentirei para sempre. Pois, tal como as pessoas, os animais deixam memórias, memórias de saudade, de bem, de amor. E esse amor é o mesmo em qualquer parte do mundo e lá longe, onde quer que estejas, sei que tudo darias para voltar. Mas enquanto voltas e não voltas, continuo a recordar-te como se fosse o primeiro dia, em que te peguei ao colo e te achei o cão mais fofo do mundo.