Mais um ano. Mais um ano e tudo mudou. Há um ano atrás sentia-me
completa, mas desta vez tive menos um beijinho, menos um abraço, menos um
telefonema, menos uma voz comovida do outro lado do telefone. Há um ano atrás
estiveste comigo, a cantar-me os parabéns, a rir como se o amanhã não chegasse.
Hoje, os meus olhos ficam parados no vazio, a imaginar como estarias, como te
sentirias e como seria ter-te por perto mais uma vez.
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Não imaginava tão doloroso o espaço vazio que deixaste na sala, à mesa,
no sofá ao lado da lareira, na noite de Natal como sempre me habituaste. Agora
ocupas apenas um espaço, o maior de todos do lado esquerdo do meu peito e daqui
jamais sairás. Abraçar-te é, agora, um gesto tão vazio como beijar uma estrela
do céu deste lado da janela, fria, transparente. Para te ouvir gargalhar é
preciso vasculhar por entre as cassetes de vídeo, guardadas algures num lugar
poeirento e escuro. Choro, choro muito, porque a imensidão do Mundo é dura e faz sofrer sem
que estejamos prevenidos. Porque todos somos de alguém e esse alguém é nosso,
mesmo que não queiramos e, mesmo que achemos que não sentimos, o amor sempre lá
esteve, passando pelos intervalos da chuva, alojando-se no palpitar da nossa
indiferença.
Desta vez vai ser diferente. Pedi ao Pai Natal que te trouxesse de volta mas sei que terei o sapatinho vazio. Não vais cá estar porque a tua viagem pelo
fim do Mundo não to permitiu, mas estarás a olhar por nós e, certamente, rirás à
gargalhada quando abrirmos o teu presente e descobrires que a tua memória vai
estar sempre mas sempre connosco.
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