Costumava
olhar para ti e ver o meu rosto espelhado num céu limpo e iluminado. Costumava
sentir borboletas esvoaçarem-me pelo corpo fora, sem controlo, sem razão.
Costumava ver o céu iluminar-se de estrelas e sentir florescer um sorriso
enorme no rosto. Costumava correr na tua direcção e agora corro para o vazio,
para um espaço que já não me pertence, que me foge e traz ao cimo de mim todas
as piores sensações. Não sei do que tenho medo, provavelmente o maior dos meus
receios acabou de se desvanecer contigo e com a tua sombra, rumo a um caminho
ao qual já não tenho direito. Sinto-me a fraquejar, a fraquejar cada vez mais e
arrepia-me imaginar o restante caminho que tenho ainda por percorrer…sem ti,
sem nada de nós e sem ninguém que faça igualar estas sensações uma vez mais.
A
noite chega e eu subo ao telhado. Com os olhos no céu, conto tantas estrelas
quantas vejo e imagino cada um dos lugares, beijos, sorrisos e momentos que
deixámos para trás. Guardo todos, um em cada estrela e formo uma constelação
que, a partir de hoje, jamais se espelhará no céu.
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