Subiram de novo ao telhado, às águas furtadas da vida de onde apenas as estrelas os alcançavam. O vento frio daquela noite de Inverno quase lhe cortava o rosto à medida que lhe ia despenteando os cabelos, apanhados num rabo de cavalo feito à pressa. Sentia o corpo congelar debaixo daquele céu escuro e as mãos, frias, insistiam em não sair de dentro dos bolsos do casaco. Olhou-o. Apreciava a vista como se nunca a tivesse conhecido antes e a maneira como olhava o céu fazia lembrar uma criança, fascinada com os presentes em redor da árvore na noite de Natal. http://www.psdgraphics.com/ Ela, pensativa, deitou-se sobre o muro que a separava do abismo e, no fundo, da vida que continuava lá fora. Fora deles e daquele lugar. Observando o céu, escolheu a estrela mais brilhante e pediu um desejo. Foram vários os desejos que ecoaram na sua cabeça. Desejou flutuar no tempo de um momento em particular; o momento em que, acidentalmente, os olhos dele e os seus se haviam cruzado, passando a...