Eles não sabem, não imaginam o que é ficar noite dentro a olhar os teus olhos, adormecidos sob este céu. Não fazem ideia do que é partilhar contigo esta fria noite de Inverno, por entre cobertores velhos e quentes, que nos fazem transpirar, soltando gargalhadas por entre cócegas e arrepios. Adormeces no meu abraço, sou morada do teu sossego que parece tão calmo quanto eterno. Ao vagueares pelo teu mundo dos sonhos, deixas em mim a saudade que escorre como chuva nas varandas deste lugar. Percorro a minha mão pelo teu rosto terno e sinto-lhe marcas de luta. Num suspiro sinto-te o cansaço. Na ausência de um sorriso vejo-te a mágoa sem querer. Não tornas a acordar. O teu corpo, imóvel, não reage ao meu abraço e a tua mão, fria, esquecera o compasso do meu coração. Tal como a chuva, as lágrimas escorrem-me pelo rosto noite dentro. Contigo nos braços, sem ti no coração, sou agora apenas metade do que há uns minutos fora. Mas eles não sabem, é segredo. Não sabem que dói e que quem me dó