Sentada na minha cama,
observo as paredes nuas à minha volta. A casa ficou despida e eu fiquei vazia.
Vazia de ti, vazia de sentimentos, numa apatia intensa, num nó de sensações
que não consigo desatar. O silêncio abraça-me como que um fantasma, prestes a
atacar. Não fujo, fico ali. As lágrimas secaram mas os olhos continuam
vermelhos, não sei se de raiva ou de dor.
Olho pela janela. O tempo parece condizer com o meu estado de espírito,
enfadonho, cinzento. Ouço crianças rir e desejo, com tudo o que tenho, rir
também. Mas o som das gargalhadas já não existe na minha garganta, desapareceu
subitamente.
De tempos a tempos, um aperto no peito ataca-me como que uma faca, aguçada, bem no lugar da ferida mais aberta e sangrenta. Dói, vai doendo e, aos poucos e poucos, deixo de sentir a dor, que de tão intensa me tornou imune.
Matem-me agora. Matem-me a dor e apaguem-me a memória que eu prometo seguir em frente, mesmo que presa a este lugar, palco de tantas alegrias, guardião de tantas memórias.
Não preciso de amor, preciso de paz. De pegar nas minhas fraquezas e levá-las por aí, na esperança de que se tornem forças. Preciso de respirar, de respirar fundo, fechar os olhos e saborear o vento no meu rosto, a chuva no meu corpo. Porque um dia o Sol virá para me secar e aquecer a alma, como sempre fez, como sempre o fará depois de uma tempestade. Essa tempestade que agora me consome mas que, um dia, irá partir.
De tempos a tempos, um aperto no peito ataca-me como que uma faca, aguçada, bem no lugar da ferida mais aberta e sangrenta. Dói, vai doendo e, aos poucos e poucos, deixo de sentir a dor, que de tão intensa me tornou imune.
Matem-me agora. Matem-me a dor e apaguem-me a memória que eu prometo seguir em frente, mesmo que presa a este lugar, palco de tantas alegrias, guardião de tantas memórias.
Não preciso de amor, preciso de paz. De pegar nas minhas fraquezas e levá-las por aí, na esperança de que se tornem forças. Preciso de respirar, de respirar fundo, fechar os olhos e saborear o vento no meu rosto, a chuva no meu corpo. Porque um dia o Sol virá para me secar e aquecer a alma, como sempre fez, como sempre o fará depois de uma tempestade. Essa tempestade que agora me consome mas que, um dia, irá partir.
A beleza do texto alicerçada neste sentimento constitui um paradoxo fascinante. Parabéns, Mariana.
ResponderEliminarMuito obrigada :)
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