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A mostrar mensagens de julho, 2018

Dia dos Avós

Dormia. Dormia descansada noite dentro. Tudo porque acreditava que se pedisse ao menino Jesus que me protegesse o soninho ele o ia fazer. Era bem pequenina mas já rezava como os crescidos e era feliz. Era feliz e, mesmo que ensonada, fazia o que a avó pedia, para poder “dormir descansada”, dizia ela. Hoje os abraços são diferentes, mais sentidos e conscientes. Conscientes de que o tempo vai passando por nós e que, aos poucos, vamos indo atrás dele. Era feliz quando passava os dias a fazer desenhos e a falar com os passarinhos do avô António, que tinha uma paixão por aves e as tratava como ninguém. E sempre que eu pedia, o avô pegava-me ao colo para chegar perto da gaiola e lhes dar um bocadinho de maçã. Gostava de o ver amassar o pão e a broa de milho e de, às escondidas, lhe roubar pedacinhos de massa. Os sabores continuam na minha memória, tal como ele, o “terrível” avô António que impunha respeito do alto da sua baixa estatura. Os dias eram mais felizes com as graças da avó, qu