Escrevi-te um poema. Um poema curto mas intenso, ténue e rico. Repleto de metáforas, de sinestesias, de romance, de fantasias. O nosso mundo passou a rimar com a mão dada, com o beijo apaixonado dentro da sala, às escondidas do olhar reprovador dos professores. Rimou com a corrida entusiasta que fazias no intervalo só para não me veres entrar na aula e ficarmos mais um par de horas afastados daquele arfar de desejo, daquele sorriso parvo no rosto. Rimou com o vermelhão nas minhas bochechas sempre que te via chegar, lá ao fundo, na mota do teu irmão. Quis que, por magia, o nosso mundo rimasse também com o eterno, mas sabia ser impossível. Sabia que éramos novos demais para algo tão maduro. Éramos jovens, alucinados, loucos, apaixonados...mas felizes. A intensidade tomou conta daquilo que achávamos ser para sempre e partiu, deixando-nos a vontade de virar a página. Quis colar este poema bem no teu peito, mas recuei. Recuei e guardei-o só para mim, para ler em dias de chuva, quando a no...