Grito

Este lugar está doente. As pessoas maltratam-se, magoam-se. O Mundo passa a ser um verdadeiro campo de batalha, quando os seres humanos que dizemos ser são almas sujas e se tratam como efémeros, temporários, como lixo. Reciclamos amores e amizades como quem recicla papel, uma reles folha amachucada. Escolhemos o caminho mais fácil; o caminho de amachucar, rasgar e deitar fora, ao invés de tentar consertar, endireitar, alisar a folha onde escrevemos alegrias e tristezas, amores e desamores desenfreados.

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O que se passa afinal?
O Mundo podia, de facto, ser um lugar melhor. Mas ninguém quer. Ninguém quer espalhar o amor; é mais fácil espalhar o ódio, a raiva e o lugar onde deviam existir apenas abraços e gargalhadas genuínas, existem armas, guerra, morte. Hipocrisia esta em que vivemos, em que matamos quem amamos, em que provocamos o choro de quem só queremos ver sorrir.
Onde estamos?
Estamos num Mundo transformado, geneticamente modificado onde há crianças que choram, olhares famintos e rancor no coração. Onde tratamos a Natureza como uma máquina, os animais como escravos e as pessoas…como nada. Onde poluímos rios e mares, destruímos ecossistemas, assassinamos animais em massa. Tudo isto sem parar. Sem parar, olhar em redor e ver com olhos de quem sente as pequenas coisas, os gritos mais inaudíveis, as lágrimas mais secas. E um dia, ao olharmos para trás, iremos ver tudo o que não fizemos, tudo o que deixámos; um rasto negro que poderia ser de cor.

Somos feitos de amor, mas...onde está ele afinal?