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A mostrar mensagens de novembro, 2019

Caminho

O caminho é tortuoso Sombrio e deprimente Mesmo assim sabemos bem Que a saída é ir em frente Porque desistir não rima com a gente A vitória é lugar certo Passo a passo, lentamente, Chegamos mais e mais perto. Doem-me os pés de tanto andar Aqui, sorrir já não é verbo Volta atrás, dá-me a mão, Há sempre uma solução E essa é continuar. Às vezes não te percebo Perdi a chave do teu mundo Dá-me uma pista, um sinal, Algo fora do normal E eu volto a ti nesse segundo. Leva-me agora no teu colo Já não estou em boa hora De continuar este cami nho Agora vais tu sozinho Que eu fico a ver de fora. Chegaste ao fim e viste Que o destino estava errado Voltaste para trás, fugiste E foi cada um para seu lado.

Baú trancado

Gostava de poder ler os teus pensamentos. Descobrir para lá de ti, quem sabe alguém novo que tens guardado algures, dentro de um baú velho e poeirento, longe da azáfama da vida. Gostava de ver mais do que não vejo, fotografar cada um dos teus passos e poder sossegar, por fim, no teu abraço, na certeza de que a tempestade ficará lá fora. Mas não sossego. Não nesta ânsia de viver, nesta ganância de ter o que não tenho, nesta ansiedade de não deixar o caminho caminhar por si, vá ele por onde for. Quero ter mão no destino e o destino não me dá mão. Vou para longe e fico sem pé, desesperando pelo sopé da montanha, na qual me possa amparar, aninhar no conforto de um lugar seguro. Olho-me ao espelho e vejo uma alma nua, gasta, com um sem fim de lugares por percorrer de fio a pavio. É a esses lugares que te sinto chegar sempre que a sombra lhes invade os beirais, as vidraças, as cortinas. E a minha alma fica ali, imóvel, na esperança de tragas mais um raio de sol, mais um reflexo de lua....