Gostava de poder ler os teus pensamentos. Descobrir para lá de ti, quem sabe alguém novo que tens guardado algures, dentro de um baú velho e poeirento, longe da azáfama da vida.
Gostava de ver mais do que não vejo, fotografar cada um dos teus passos e poder sossegar, por fim, no teu abraço, na certeza de que a tempestade ficará lá fora.
Mas não sossego. Não nesta ânsia de viver, nesta ganância de ter o que não tenho, nesta ansiedade de não deixar o caminho caminhar por si, vá ele por onde for.
Quero ter mão no destino e o destino não me dá mão. Vou para longe e fico sem pé, desesperando pelo sopé da montanha, na qual me possa amparar, aninhar no conforto de um lugar seguro.
Olho-me ao espelho e vejo uma alma nua, gasta, com um sem fim de lugares por percorrer de fio a pavio. É a esses lugares que te sinto chegar sempre que a sombra lhes invade os beirais, as vidraças, as cortinas. E a minha alma fica ali, imóvel, na esperança de tragas mais um raio de sol, mais um reflexo de lua.
Sempre que sais, procuro-te dentro do armário do passado, no baú antigo onde as memórias insistem em aconchegar-se, mesmo sabendo que não são bem-vindas. A lua abraça a noite e as memórias ressaltam sobre a cama, sobre o sofá da sala, sobre a mesa de jantar, como que companheiras de uma vida. Não lhes sorrio de volta; sinto que ficam bem lá onde descansam, dentro do baú trancado que, volta e meia, irei abrir.
Gostava de ver mais do que não vejo, fotografar cada um dos teus passos e poder sossegar, por fim, no teu abraço, na certeza de que a tempestade ficará lá fora.
Mas não sossego. Não nesta ânsia de viver, nesta ganância de ter o que não tenho, nesta ansiedade de não deixar o caminho caminhar por si, vá ele por onde for.
Quero ter mão no destino e o destino não me dá mão. Vou para longe e fico sem pé, desesperando pelo sopé da montanha, na qual me possa amparar, aninhar no conforto de um lugar seguro.
Olho-me ao espelho e vejo uma alma nua, gasta, com um sem fim de lugares por percorrer de fio a pavio. É a esses lugares que te sinto chegar sempre que a sombra lhes invade os beirais, as vidraças, as cortinas. E a minha alma fica ali, imóvel, na esperança de tragas mais um raio de sol, mais um reflexo de lua.
Sempre que sais, procuro-te dentro do armário do passado, no baú antigo onde as memórias insistem em aconchegar-se, mesmo sabendo que não são bem-vindas. A lua abraça a noite e as memórias ressaltam sobre a cama, sobre o sofá da sala, sobre a mesa de jantar, como que companheiras de uma vida. Não lhes sorrio de volta; sinto que ficam bem lá onde descansam, dentro do baú trancado que, volta e meia, irei abrir.
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