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Fumo branco


A chuva bate no vidro, ao sabor do vento, enquanto leio mais um dos meus romances. O fumo branco do meu chá quente sobe até ao tecto como se levitasse e, a cada gole, lembro-me do quão quente é o teu abraço. A noite sussurra dentro das próprias paredes e chega a ser assustadora, à medida que o vento vai soprando, que as páginas do meu livro se vão virando e que o meu chá vai arrefecendo. 

A noite é longa demais sem ti, sem essa tua vontade de seres nós junto comigo, sem essa doçura que trazes na ponta dos dedos e me aquece cada recanto, cada pedacinho de alma que, outrora, parecia ter congelado para sempre. És o "nós" que me faltava, és o amor que a minha boca queria dizer e que o peito, sem querer, já sente. Nos teus olhos vejo todos os lugares aonde quero ir e os mundos que, juntos, temos para conhecer. O teu sorriso ilumina-me a noite escura, como uma candeia brilhante no breu denso. 

É aqui que vou ficar. E quem sabe se um dia não será para sempre. 

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