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A mostrar mensagens de março, 2015

O lugar.

Segui os teus passos. Quis saber onde moravas, onde te refugiavas, sorrias e choravas sem que eu visse. Acelerei o passo. Corri. Dobrei a primeira esquina e a segunda. Ias uns metros à minha frente, era só apressar-me mais um pouco. Sinal vermelho. Parei. Esperei longos segundos até que caísse para verde e continuei. Atravessei a estrada e, ao dobrar a esquina seguinte, perdi-te o rasto. Parei, olhei em redor. Nada. Nem o teu cheiro intenso a perfume havia deixado marcas no seio daquela rua, tão poluída. Optei por seguir em frente, Não tinha nada a perder. Devagar, o meu caminho cruzara-se com inúmeros olhares, movimentos, vozes e odores que desconhecia. O sol já ia alto quando dei por mim a atravessar um jardim no qual todos os arbustos e árvores se erguiam perante a minha passagem. As flores, essas sorriam-me estranha e vigorosamente e os bancos, já velhos e gastos, pareciam curvar-se, antevendo o pior. Ao fundo, num lago de água lodosa e estagnada, erguia-se um repuxo estragado, v

Procura.

Surgi no espelho uma vez mais. Corri o risco preto pelos olhos e fiz deslizar aquele batom vermelho vivo pelos meus lábios, já mortos. Simulei um beijo para o outro lado do vidro e, envergando o meu melhor sorriso, pisquei-lhe o olho. Efusivamente, abanei a cabeça de um lado para o outro, despenteando qualquer cabelo que pudesse ainda estar no sítio certo. Perfumei-me e saí à pressa. Lá fora esperava-me a vida, a freneticidade, o encanto de uma cidade que renasce todos os dias ao amanhecer e nos chora ou sorri consoante o número de nuvens gordas e escuras no cé ultradownloads.com.br u ou a luz que o Sol faz desmaiar sobre cada edifício, cada estrada e cada lugar. "É hoje!" - decidi. Seria o dia em que te iria descobrir. Perdido num banco de jardim, numa esplanada, o lugar pouco importava. Bastava encontrar-te, tal como imaginara. Desenhei-te vezes sem conta na minha cabeça. Sem te saber, queria por demais tocar-te, sentir-te e contar-te cada peripécia durante a turbul