Segui os teus passos. Quis saber onde moravas, onde te refugiavas, sorrias e choravas sem que eu visse. Acelerei o passo. Corri. Dobrei a primeira esquina e a segunda. Ias uns metros à minha frente, era só apressar-me mais um pouco. Sinal vermelho. Parei. Esperei longos segundos até que caísse para verde e continuei. Atravessei a estrada e, ao dobrar a esquina seguinte, perdi-te o rasto. Parei, olhei em redor. Nada. Nem o teu cheiro intenso a perfume havia deixado marcas no seio daquela rua, tão poluída. Optei por seguir em frente, Não tinha nada a perder. Devagar, o meu caminho cruzara-se com inúmeros olhares, movimentos, vozes e odores que desconhecia. O sol já ia alto quando dei por mim a atravessar um jardim no qual todos os arbustos e árvores se erguiam perante a minha passagem. As flores, essas sorriam-me estranha e vigorosamente e os bancos, já velhos e gastos, pareciam curvar-se, antevendo o pior. Ao fundo, num lago de água lodosa e estagnada, erguia-se um repuxo estragado, v